Há amistosos que são um tanto menos amistosos do que outros. No caso do confronto diante da Inglaterra, em Wembley, significava para a seleção brasileira um possível marco de um necessário recomeço. É possível dizer que o pontapé do reinício aconteceu, pois as expectativas para a estreia de Dorival Júnior foram superadas — mais pelo desempenho do que pelo resultado em si, pois a lógica sempre recomenda prever que o Brasil vença a Inglaterra. Não é ufanismo: aqui falamos de hierarquia.
Com organização e postura competitiva, mesmo estreantes como Beraldo e Fabrício Bruno sentiram-se confortáveis no histórico palco do futebol. A produção ofensiva era facilitada pelas atuações destacadas de Paquetá e Rodrygo, e a vitória poderia ter acontecido de maneira mais confortável se Vinicius Júnior estivesse em jornada mais inspirada no par de vezes que se viu diante do arqueiro Pickford. Que o recomeço tenha sido sacramentado com gol de meteórico Endrick, esta força da natureza, é bastante emblemático e permite otimismo quando se pensa no futuro. A seleção tem todo um Endrick pela frente.
Já no primeiro compromisso foi possível comprovar algumas qualidades de Dorival Júnior, como a capacidade de organização do time e a habilidade para se conectar com seus comandados. Tristemente, essa aptidão para a conexão não foi mostrada na declaração sobre Daniel Alves e Robinho, na véspera do confronto, quando Dorival Júnior adotou uma postura constrangedora, rasgando elogios para homens condenados por crimes brutais. A bengala do “se os crimes foram cometidos” não cabe mais. Os crimes foram cometidos e os criminosos estão presos.
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